TUTORIA MENTORING

IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE TUTORIA-MENTORING DA UFRN

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      No final de 2014, a coordenação do Curso de Medicina da UFRN realizou uma oficina com o propósito de construir, com os professores, um programa de Tutoria/Mentoring alinhado às necessidades de seus alunos. Participaram dessa oficina, Patrícia Bellodi, coordenadora do Programa Tutores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e alguns professores do curso de Medicina da UFRN.

      A partir desta oficina ficou estabelecido que o tutor deveria ser médico de formação, podendo ser professor ou preceptor do curso. Foram definidos também alguns atributos necessários à figura do tutor como: disponibilidade para encontros mensais com os seus alunos e para encontros individualizados, quando necessário; empatia, de modo a desenvolver um bom relacionamento com os alunos para compreendê-los nas dificuldades vividas no processo da formação; criatividade, ser alguém capaz de motivá-los para os encontros mensais; acessível e conhecedor da estrutura curricular do curso.

      Vinte e nove professores manifestaram interesse em participar do programa. Grupos com alunos de diferentes períodos do curso, na razão de um tutor para cada 21 alunos, foram compostos para permitir a troca de experiência e ampliar a percepção dos alunos sobre o curso.

Foram definidas reuniões mensais em um horário protegido conquistado junto à Pró-reitoria de graduação (PROGRAD). Nas últimas sextas-feiras de cada mês, a partir das 16h, as atividades do curso são suspensas para que os alunos possam participar das reuniões e o tempo dispensado nessas reuniões é aproveitado pelos alunos como atividade complementar. Após cada reunião, os tutores elaboram um relatório, informando números de participantes, temática discutida e dificuldades apresentadas.

      Vinculado à coordenação do curso de Medicina, o programa de Tutoria-Mentoring  é coordenado por uma psicóloga, professora do eixo ético humanístico do curso, responsável pela organização dos grupos de tutoria e das atividades do programa, como também pelo recebimentos dos relatórios mensais emitidos pelos tutores.

 

 

O 1º ANO DE TUTORIA-MENTORING NA UFRN

 

      Em 2015, 1º ano de implementação do programa, os grupos de tutoria se reuniram mensalmente, sempre na última sexta-feira do mês para discussão de diferentes temáticas referentes à formação médica. As temáticas foram escolhidas pelo grupo, a partir dos seus interesses e necessidades e o papel do tutor foi de facilitar as discussões, levantando questionamentos e reflexões.

      Além dessas reuniões mensais, o programa promoveu atividades integrativas, que possibilitaram uma maior aproximação entre todos os estudantes do curso. No primeiro semestre do ano, foi realizada uma mesa redonda, onde todos os grupos participaram de forma coletiva para discussão dos processos de escolha das especialidades médicas, como também para saber mais sobre a rotina de alguns especialistas.   Especialistas das áreas de Ginecologia e Obstetrícia, Clínica Médica, Cirurgia, Pediatria e Medicina da Família e Comunidade falaram sobre o cotidiano profissional das suas áreas e responderam perguntas dos estudantes sobre qualidade de vida, mercado de trabalho, rotina e atividades realizadas, entre outras.

      No segundo semestre, discutiu-se as mudanças curriculares que iriam acontecer no curso no ano seguinte. Os alunos tiveram a oportunidade de tirar dúvidas com a coordenação do curso e com os professores participantes da comissão de avaliação do curso.

O programa buscou também estimular um estilo de vida saudável e, para contribuir com o desenvolvimento de novos hábitos de vida entre os alunos, promoveu em cada semestre, uma caminhada num parque da cidade, onde alunos e tutores se exercitam e compartilham experiências, num convívio harmônico e prazeroso.

 

 

CONQUISTAS

  

      Nesse 1º ano de Tutoria/Mentoring no Curso de Medicina podemos perceber que os estudantes sentiram-se acolhidos, pertencentes a um grupo, onde puderam falar sobre as suas angústias e temores relacionados à formação médica. Acreditamos que o programa permitiu desenvolver um ambiente mais empático, com maior abertura dos professores para as dificuldades dos estudantes. Como a tutoria é uma “via de mão dupla”, acreditamos também que os tutores vivenciaram mudanças compreendendo mais não só as angustias dos estudantes, mas também o currículo de forma mais global Por outro lado, os programas de tutoria-mentoring também têm o potencial de beneficiar os tutores na medida em que eles se abrem para compreender as vivências do aluno, eles ampliam a percepção acerca do contexto formativo em que se encontram, podendo gerar mudanças (Gonçalves & Bellodi, 2011).

      Os grupos heterogêneos permitiram maior entrosamento entre os estudantes de diferentes períodos do curso, ampliando a percepção dos estudantes acerca do curso, promovendo trocas de experiência e de estratégias de enfrentamento das dificuldades e desafios advindos da sua formação.

      Vários temas foram discutidos no decorrer do programa, como estágios, ética do estudante de Medicina e do profissional, atividades complementares do curso, estágios curriculares e extracurriculares, entre outros. Para os estudantes, essas discussões foram muito ricas, principalmente para os calouros que puderam ouvir dicas e opiniões dos tutores e dos colegas veteranos.

      A atividade integrativa de mesa redonda sobre especialidades médicas foi muito elogiada pelos estudantes. No entanto, apesar da grande importância dessa atividade para os veteranos, percebemos que a participação maior foi dos alunos do início do curso.

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